Saturday, October 22, 2011

UM LUGAR PRA FICAR

          Nossas escolhas nos levam a lugares que nunca imaginariamos ir ou ter posturas que jamais pensariamos em ter, nao ate aquele momento. Ate que ponto estas escolhas sao certas ou erradas, boas ou ruins? Quanto estamos dispotos a ceder para permanecer no caminho escolhido? E assim que descobrimos o peso do amor diante dos nossos objetivos. Deixei muitas coisas para tras, pois, nao era capaz de carrega-las e continuar caminhando (Proximo texto - Desfazendo as malas).
         As palavras ainda nao sao suficientes para descrever as minhas escolhas. Ainda nao consegui descobrir as frases certas para descrever alguns passos. Espero que o tempo as construa, como vem fazendo.
         Pra matar uma das inumeras saudades.
Trilha sonora: Eddie Vedder (Into the wild)

UM LUGAR PRA FICAR
(Felipe F. - 22/10/11)

A brisa salgada vem refrescar meus pensamentos
Escorrem como lagrimas dos ceus em paredes transparentes
No horizonte a minha razao acelera meus movimentos
Nao vejo a hora de estarmos juntos novamente

A prosa se fundiu na poesia e elas se juntaram ao mar
O que era simplesmente deixou de ser, assim no ar
Enquanto os pares estao a se apaixonar
Novas ondas de palavras estou a surfar

Se por acaso um dia desses a gente encontrar
Saiba que hoje encontrei o meu lugar
A saudade sempre me acha e me faz lembrar
Das coisas que tive que deixar para poder continuar

Lembro como se fosse ontem como comecei a rimar
Entre virgulas pouco dizia, terminava sempre com aquele olhar
Projetando nas montanhas um sonho que iria conquistar
Apendri a criar, a ter asas e voar, alem do que sou capaz de imaginar   
















Wednesday, October 12, 2011

FAZENDO AS MALAS

        A ideia inicial era começar este texto a partir do titulo, coisa que nao costumo fazer com frequencia, porem, o desfecho tomou outra direçao e o texto inicial virou segunda parte. Entao nao percam a continuaçao: Desfazendo as malas.
        Adotarei uma ideia a partir deste texto. Colocarei a trilha sonora que utilizei para escrever, talvez assim, possamos nos aproximar mais.
Trilha sonora: Eddie Vedder (Into the Wild), Loreena Mckennit.

FAZENDO AS MALAS
(Felipe F. - 12/10/11)

      Acordei naquela manha um pouco mais cedo do que o normal, a realizaçao do percurso pela primeira vez exigia ter tempo de sobra para eventuais imprevistos. Tudo ocorreu dentro da normalidade, cheguei bem antecipado ao ponto de onibus e aproveitei para continuar a leitura de um livro recem iniciado. As pessoas chegaram pouco antes do onibus, nao escondi a felicidade e a expectativa que preenchiam meu corpo naquele momento. Estava bem empolgado e visivelmente ansioso em abrir os presentes de novidades, sempre gostei de mudanças por estes motivos. Reclinei o banco e comecei a pensar nas minhas recentes grandes mudanças. Enquanto observava o novo caminho desejei um bom dia para o mar, como de costume, e adormeci com meus pensamentos. Minha recem jornada começou a ser exibida sem trailer, este era o tema daquele momento. Meus olhos nao se conteram e se apertaram, minha garganta foi se fechando, sutis lagrimas começaram a escorrer enquanto abraçava mais forte minha mochila. 
      Quando era criança, algo em torno de 07 anos, comecei a ensaiar minha viagem, fugi de casa duas vezes. Todas foram com a supervisao da minha mae, porem, sem o meu conhecimento. Soube desta historia muitos anos depois, vale a pena escrever sobre ela um dia. Voltando ao que interessa, esta viagem seria bem diferente, desta vez estaria "sozinho".
      Fiz minhas malas para uma excursao sem destino. Todos os laços que me prendiam aquele presente haviam se soltado. Estava livre para voar novamente, mas, minhas asas atrofiadas nao permitiam voos muito audaciosos, afinal elas haviam ficado inutilizadas por um tempo consideravel. Decidi seguir duas direçoes: os ventos seriam minha referencia externa e meu coraçao a referencia interna. Minhas malas foram arrumadas na velocidade da ansiedade, que no lugar da calma tomavam as decisoes. A primeira impressao foi que elas poderiam ser maiores, talvez a memoria nao havia colocado todos os itens necessarios. A ideia de uma lista foi cogitada, mas, como é possivel listar os itens necessarios para uma viagem sem destino. O processo mais facil, ou menos dificil, foi começar pelos itens mais importantes, aqueles que independente do lugar iria precisar. Malas sobre a cama e o processo sendo praticado, chego a pensar que a viagem tenha começado naquele momento.
       O primeiro item escolhido estava a mao, ferramenta de utilidade diaria, a coragem. A verdade foi que a estava utilizando para fazer as malas, por isso, coloquei apenas uma parte. Pronto, dobrada e bem ajeitada, ocupou boa parte da mala, o proximo item foi a esperança que juntamente com o amor foram bem acomodados. Virei as gavetas que estavam a fé, compaixao, caridade e muitos outros, um a um eles iam preenchendo minha grande mala, minha companheira de longas viagens. Comecei a ficar preocupado porque ainda haviam muitas coisas pra guardar e pouco espaço, nao queria levar muitas malas, pois, isto poderia ser um grande problema no quesito mobilidade. Pois bem, ja no final onde o pouco de paciencia que existia ja havia sido guardada, acabei embolando algumas coisas na mochila e o restante acabou ficando para tras. Por um momento pensei que estaria esquecendo alguma coisa que precisaria, mas, o que nao é essencial pode ser adquirido. Sentei sobre a mala para conseguir fecha-la e selei com um cadiado vagabundo, mas, visualmente imponente.
        Malas prontas, asas calibradas e vento soprando forte. A bussola do coraçao apontava para o nordeste. Desistir nunca foi uma opçao, mas, quando a certeza distrai as pernas tremem e o corpo esfria, a mente divaga e o ser se torna ia. Volta pro texto poesia e deixa a certeza firme enquanto o resto se concentra...
        O motorista me acordava sorrindo dizendo que haviamos chegado em nosso destino. Fui o ultimo a descer do onibus.