Friday, April 13, 2007

Seu Retrato

Momento fraqueza. Para as Ladies do meu Brasil.


Seu Retrato
(Felipe F.)
Serei eu o artista a pintar o seu retrato?
Minhas palavras começam contornando seu corpo.
Um rascunho da obra é arte.

Tua pose nua... meus suspiros.... uma lembrança sua.
Se suas e nossos não fossem assim...seriam sim, simples assim, sem fim...
Contornos poéticos para curvas sem fim e cruzamentos em mim.
Caríssima cor que reflete o amor e marca sem dor.

Pele de pena que o toque é a tinta num rosto de quadro
Lágrima é a rima que aflita afina os traço trêmulos
Da boca ao beijo, da língua ao desejo.
Sussurros surdos contornam arrepios sacanas

No calor do sol abandono minhas estrelas
Descrevo meu coração em teus olhos
Que como lua cheia espera minhas palavras

Wednesday, April 04, 2007

Rodizio de carnes e filosofias (03/04)


Desculpem a demora, mas, é que tô trabalhando pacas e chego por aqui morto, a final de contas tenho que fazer por onde neh. Tem fotos no orkut tb.



Rodízio de Carnes e Filosofias


“Yesterday, all my troubles seems so far away...” quando fomos em uma churrascaria rodízio brasileira. O restaurante era tipicamente brasileiro, cartazes com as propagandas de cervejas brasileiras (pedi, mas, o cara não deixou levar), que saudade de vocês propagandas de cervejas, gotinhas escorrendo, bOOas lembranças, AI MEU DEUS espera aí um “pokin”, momento nostalgia... um suspiro... pera aí um “kdin”.... Ai... Só “ma um kdin”....(não pensem bobagem, só estou lembrando). “Podemu continuá”, nossa querida amiga Ivete Sangalo também estava presente, na tv é claro. “Cá” entre nós, nunca achei que fosse ficar feliz em vê-la. Todos eram brasileiros, inclusive o dono. Olha que delícia: comemos arroz, feijão, farofa e até pão de queijo, PÃO DE QUEIJO gente, acreditam? Pois é, conversamos bastante (só português), comemos e bebemos bastante também e pra finalizar, uma cachacinha pro digestivo e outra para matar a saudade. Depois disso tudo, enquanto quase todo o meu sangue participava daquela gulosa digestão o que sobrou resolveu filosofar, olhem só o que saiu.
Esta semana bateu uma “depre” na galera (02 pessoas), acho que era porque mais um iria embora. No início éramos 5, agora comigo são 02, vou embora no final do mês e o remanescente fica até o final do ano. Durante este tempo alguns chegaram pra ficar uns dias ou no máximo 01 semana, mas, parece que nem chegaram porque não saíram do quarto – vai entender.
Há alguns anos atrás uma pessoa que trabalhava comigo me disse uma frase: “Friends come and go”. No momento não concordei com ele, mas, hoje entendo e concordo plenamente. A primeira impressão é meio triste, mas, não é verdade, basta um pouco de reflexão e experiência de vida que a opinião muda, tenho certeza que muitos de vocês, assim como eu, já viveram esta frase. Ampliando um pouco mais podemos dizer: people come and go. É exatamente o que se vivi por aqui, pessoas chegam e se vão tão rapidamente, como o calor de um sol tímido no inicio da primavera.
Os desconhecidos se tornam amigos mais rapidamente, aquele escudo de desconfiança que temos desaparece – engraçado não é, por que isto acontece? Simplesmente porque deixamos de ser egoístas, quando encontramos com outros brasileiros enxergamos uma pequena parte de areia naquele imenso mar, um porto seguro que nos faz ter vontade de abraçar como se estivemos abraçando um pedacinho da nossa terra, é uma felicidade completamente evidente. Alguns de vocês já viram alguém famoso de perto? Felicidade incontrolável (principalmente as mulheres), vontade de chegar mais perto, conversar, abraçar, enfim (até disso sinto falta), este é o tipo de sensação que temos quando encontramos uma pessoa que fala português. Sem explicação, pouco tempo de conversa com um desconhecido e o próximo assunto já é na mesa de um restaurante tomando uma e contando casos e alguns deles normalmente contamos apenas aos amigos. É uma alegria tão grandiosamente sem motivo quanto misteriosamente inexplicável. Se continuamos sendo a mesma pessoa porque nos vemos diferentes?
Ainda não consegui encontrar um idioma que possua uma tradução da nossa palavra saudade. Italiano: nostalgia (possui o mesmo significado do português), inglês: to miss someone (sentir falta de alguém) e por aí vai. A cada dia que passa entendo um pouco mais desta palavra quando consigo enxergar a felicidade nos olhos daquele que me vê pelo simples fato de ser brasileiro, que conforta o meu abraço com o mesmo significado, com a mesma vontade e a mesma. Esta saudade foi de vocês e este enorme abraço de saltar os olhos pra fora foi pra vocês.

\m/ O,O \m/


Tuesday, March 27, 2007

Big Brother London (23/03 a 26/03)

Não importa o local, você estará sempre na mira de uma câmera. Em alguns locais existem câmeras escondidas, como nas pegadinhas, em outros, várias te vigiam por todos os ângulos a ponto de chegar um policial do nada e dizer que o seu zíper está aberto, só não consegui achar nos banheiros, mas, vai saber né. Agora entendo como os big brothers se sentem, vou até fazer o próximo teste. No campo experiência vou escrever: já fiquei um tempo em Londres.


Big Brother London
Este final de semana foi bastante, tranqüilo. Viajei para Londres, não tive que atravessar nenhuma auto-estrada para encontrar banheiro e também não tive problemas com as autoridades locais, mesmo porque, é inútil saber falar inglês, eles não conversam, atiram.
Chegamos no aeroporto à 00:00h da sexta para o sábado. Primeira descoberta de paises que são alvos do terrorismo, as pessoas são totalmente paranóicas, vai vendo. No controle de passaporte, começam com as perguntas normais: - motivo da visita, de onde vem, de onde é, quantos dias irá permanecer e onde, depois começa a paranóia: com quem veio, de onde são, pra onde volta, quanto tempo ficará, depois pra onde irá, tem cachorro, o nome dele, algum conhecimento na fabricação de bomba e por ai vai. Com 15 minutos de interrogatório e a mulher já me conhecia como minha mãe, quase a convidei para tomar alguma coisa depois, mas, por ela não ser muito apresentável, achei melhor não.
A 01:00h já estávamos na porta do aeroporto, porém sem a menor idéia de como chegaríamos ao hotel. Uma alternativa era dormir no aeroporto e esperar o trem que chegaria às 06:00hs, a outra era pegar um táxi. Claro que decidimos pela segunda opção. Com o papel da reserva feita pela internet conseguimos saber o valor que pagaríamos para chegar ao nosso destino, super baratinho: “Pounds” 75.00. Façam a conta e dividem por três, foi ou não foi baratinho!
Fui na frente ao lado do motorista, onde eu estava deveria ter um volante, pedais e todos os apetrechos que estamos acostumados, mas, ao invés disto não tinha nada, nada mesmo, apenas minha cara de assustado e aflito. Eu sabia que eles dirigiam assim, mas, uma coisa é saber a outra é fazer uma rotatória para esquerda e esperar um carro vindo de frente, ultrapassar pela direita e encontrar com outro carro. A cada curva meu pé ia no fundo do assoalho e minhas mãos no puta merda, enquanto eu dizia baixinho, “PQP fudeu, agora já era”.
Chegamos vivos no hotel, porém, bem mais pobres. Hotel barato assim o check in não é feito por ninguém, não existe recepcionista, você faz a reserva pela internet com o cartão de credito e quando chega coloca o cartão em uma máquina, ela te informa uma senha que deverá ser digitada para entrar no hotel e no quarto. Claro que a primeira coisa que pensei foi que ia dar merda, mas, até que foi tudo bem. O hotel Formula 1, que foi o que ficamos, fica sempre ao lado de um Íbis, havia uma mensagem na porta dizendo que a máquina estava com problema e que deveríamos ir ao lado pegar a senha. Tudo funcionou perfeitamente bem, a surpresa foi quando entramos no quarto. Imagine você leitor(a) o banheiro da sua casa, agora imagine uma pequena cama de casal e uma cama de solteiro em cima, como uma beliche, calma que ainda não acabou, imagine agora na quina de uma parede uma pequena mesa, em cima uma televisão, uma janela e ao lado uma pequena pia com espelho, conseguiu imaginar? Esse era o local que 03 homens de 1,80 deveriam dormir por três dias. Como a cama de casal era pouco maior que a de solteiro decidimos que um dormiria no chão, jogamos na sorte, adivinhem quem dormiu no chão? Exatamente, eu, quem se importava, estávamos em Londres. Não sei se repararam, mas eu não mencionei nenhum banheiro, pois é, este era comunitário. A segunda coisa que vimos depois do quarto foi o banheiro. Mais uma surpresa havia um banheiro para a limpeza de dentro pra fora (não entendam mal) e outro para a limpeza de fora (mas não pra dentro, credo). Parecia que as águas do Rio Arrudas corriam naqueles canos, conclusão: deveríamos arrumar um lugar para tomar banho.
A primeira noite tinha sido ótima, além de dormir no chão descobri que um dos caras se transformava em urso quando dormia, mas, quem se importava! Não havia viajado nas minhas férias para poder curtir a Europa, estávamos em Londres. A estação de trem ficava um pouco longe do hotel, deveríamos pegar um táxi, “Pounds”, mas, esse foi só 5.00. Durante o passeio encontramos o nosso primeiro Pub, brasileiro e cachaceiro sente o cheiro de longe. Ficamos tomando uma esperando mais um cara da Fiat que chegaria com seu primo que mora lá tem uns 03 anos. Com nosso guia conhecemos os pontos turísticos de Londres e alguns Pubs, diga-se de passagem, que conhecemos uns 10 tentando encontrar um lugar para sentar. Finalmente encontramos um chamado The dog and The duck . Bichão, tenho certeza que iria gostar, um Pub com cara de Pub, música bacana, cerveja boa e muitas Ladies (03 com as duas que estavam na nossa mesa). Ficamos tomando umas e depois iríamos para outro Pub onde a irmã do cara trabalhava. O momento mais alegre foi quando o camarada fez um convite para tomar banho na casa dele, fomos salvos, mas, se tivesse que ir sozinho eu não iria (depois eu explico).
Compramos mais cervejas no caminho, mas não podíamos ir bebendo porque lá é crime beber em publico, imagina isso bichão, um cartaz com a nossa foto brindando com os dizeres: “Dupla Jackie & Daniels procurados sóbrios ou bêbados”. Chegamos na casa do cara, uma casa bem legal em um bairro bacana. As cervas foram sendo abertas e servidas enquanto eu fui estrear o banheiro que por sinal era bem maior que nosso quarto. Já mais leve percebi que no banheiro não havia janela, apenas um exaustor, coisa bastante normal em função do frio. Deixei-o ligado e sai tranqüilamente vazio, mas, (comigo sempre tem que ter um mas) dei 02 passos no corredor e dei de cara com a irmã do cara de roupão e tolha esperando para tomar banho, tadinha.
Descobri que não era um Pub e sim uma boate com um Dj brasileiro, outro lugar dukrai, musica boa, trance house, ladies (esse tinha mesmo), podia escolher o idioma para conversar: inglês, italiano, alemão e português, estes foi o que eu consegui entender. Festinha na casa da mamãe, 23:00hs acabou o som, as luzes acenderam e os seguranças botaram todo mundo pra fora, fomos comer pra depois irmos embora, pois, todos os outros lugares cobravam para entrar. Retornamos a casa novamente de táxi, pois, não havia mais trem, “Pounds”, 40.00, vai somando essa brincadeira.
Mais uma noite na pequena caverna, desta vez dormi na cama, mas, o urso se sentiu em seu habitat natural quando foi pro chão, parecia que chamava alguém, minha nossa. No dia seguinte fomos pra um lugar chamado Camden Town, é como se fosse uma feira hippie somado a um mundo mix. O lugar tem todo tipo de gente, de roupa, acessórios, discos, cds, tudo mesmo, ainda bem que eu tinha pouca grana.
Como o último trem era às 23:00hs, o primeiro era às 06:00hs, o hotel era longe e nós não tínhamos mais “Pounds”, pegamos um trem às 20:00hs. No meio do caminho o cara que pega as passagens disse que a que tínhamos não valia, deveríamos comprar outra, “Pounds” mais 20.00. 5 minutos depois o trem estragou e tivemos que esperar 20 minutos para o próximo. Chegamos no aeroporto por volta das 21:00hs e fomos procurar um lugar pra beber. Bebemos até fechar, 22:45hs, fomos jantar e procurar um lugar pra dormir. Nunca tinha visto nada parecido. Casa dos desabrigados, tinha gente dormindo em todos os lugares do aeroporto, debaixo de placas, atrás de maquinas de café, em frente as cabines de check in, nas cadeiras, foi impressionante, quase não conseguimos encontrar lugar. Tinha gente de conchina, enrolado em toalha, saco de dormir, coberta, tinha até um casal dormiu que debaixo do guarda chuva (arrependo de não ter batido uma foto). No meio desse povo todo estávamos nós, brasileiros sem teto, já acostumados a situações como essa, está no nosso sangue, porém, até nisso somos descriminados, bastava escolher um lugar, passava-se umas 02 horas e vinha sempre um vigia do aeroporto mandando a gente mudar, foi foda, sem teto, dinheiro e enxotados. Por ultimo fomos parar nas cadeiras, mas, quando o sono chegou o alarme tocou, estava na hora de fazer o check in.Fazendo um balanço da viagem, até que valeu a pena. Descobri que tenho um amigo urso e um outro leãozinho conquistador de primos (depois eu explico), mas, o melhor de tudo foi passar 20 dias das minhas férias em casa para poder estar 02 em Londres, “Pounds.”

Monday, March 19, 2007

Hoje foi dia de Esquiar (18/03)

Agora ganho um pouco de tempo até a próxima postagem. Bom divertimento. Depois tem fotos no orkut, aguardem.


Hoje foi dia de esquiar (18/03)
Como as coisas são diferentes por aqui. Estava começando as escrever este texto quando uma das pessoas que trabalha na minha sala me chamou para tomar café, apesar de já ter tomado não quis fazer desfeita. Estou comendo um pão com salame e tomando um vinho branco, o trabalho é outro depois de um vinho, vou levar essa idéia pro Brasil. Sobrou um pouco de vinho, alguém aceita?
Ontem fomos em uma cidade montanhosa que se chama Sestriere para esquiar. Como semana passada fez calor achamos que não teria muita neve, realmente a quantidade havia baixado muito, mas, deu pra divertir.
Olhar de perto aquela imensa montanha de neve era como se um vestido de noiva estivesse estendido diante dos meus olhos. Seu tecido liso, como a brisa fria daquele vento, deixava escorregadio o caminho de quem se atrevesse a se aproximar. Suas curvas eram feitas de um compasso natural desafiando olhares experientes e hipnotizando aqueles olhos virgens.
Não sabia que ponto da sua beleza conheceria primeiro e muito menos como o faria. Dicas inexperientes, porem úteis, vieram daquele adolescente que já havia descoberto seus pontos, contornos e inevitavelmente a tocado. Entrei naquela casinha e me preparei para conhecê_la colocando uma roupa adequada para aquela ocasião. Mais algumas dicas antes de dar o primeiro passo e já era o suficiente.
Minhas pernas tremiam, meus joelhos quase não conseguiam suportar o peso daquela ansiosidade que refletia em meu estômago o frio que meu corpo sentia. Aquele vestido inacabado deixava armadilhas perigosas para os amadores.
Enquanto meu corpo imóvel escorregava meu coração acompanhava a velocidade da sua decida. Em alguns momentos quase veio a boca para ver o que se passava, mas, o que saia dela eram apenas gritos de uma infância revivida, onde as brincadeiras não tinham hora ou muito sentido. Infância que não se preocupava com os olhos que estavam ao redor, a criatividade era um simples motivo para se divertir. Eu era criança de novo, congelei minhas mãos fazendo bolas de neve, ria cada vez que caia tentando imitar as pessoas que desciam e gritava de alegria cada vez que descia, um verdadeiro louco infantil. A simplicidade ainda podia ser divertida, pensei.
Lembro da primeira vez que cai, meus joelhos doíam e não sabia como me levantar, os esquis ainda em meus pés se entrelaçavam amarrando meus pés aquele chão gelado, minhas mãos cada vez mais congeladas procuravam apoios inúteis. Com uma certa dificuldade retirei os esquis dos meus pés e me levantei, já não sentia minhas mãos e nem meu sorriso, todos foram colocados em meu bolso na tentativa de se aquecerem. Fiquei com um pouco de medo, havia me esquecido como era aquela sensação, então, uma voz familiar surgia em meus ouvidos, era uma voz calma, grossa e dizia algo que eu me recordo de ter ouvido a muitos anos atrás, quando cai pela primeira vez de bicicleta: - “Se levante, se limpe e volte a pedalar imediatamente”. Era a voz do meu velho presente em minha memória, Freud adora explicar estas coisas né pai! Misturado a esta voz havia também a minha, era como se eu estivesse falando com meu filho: “Se levante, se limpe e volte de onde começou, só cai quem tenta, só cresce quem persiste e agüenta e só aprende quem não esquenta”. No meu caso o que eu precisava era de me esquentar mesmo, mas, a viagem foi boa tomar coragem, descansar e voltar.
Claro que continuei tentando e caindo, mas, depois da primeira vez é sempre mais difícil depois tudo passa a ser diferente. Os tombos passaram a ser hilários (videocassetada pro Faustão) e eu terminei o dia: todo molhado, com as mãos raladas e o joelho doendo, mas, consegui ir bem alto e aprendi a esquiar sem cair tanto, quase um verdadeiro profissional, to até pensando em disputar um campeonatinho no final do mês que vem.Estes momentos inesquecíveis foram registrados pelas memórias artificiais e naturais.

15min na França, o Tempo suficiente (17/03)

Fiquei um tempo sem atualizar o diário de bordo, porque mudei de hotel e tive alguns problemas para acessar a internet, mas, agora já está tudo normalizado, estou acessando do meu quarto, inclusive o msn, então fiquem ligados pode ser que um dia me achem.


15min O Tempo Suficiente (17/03)
Este final de semana foi muito bacana, movimentado e engraçado. No sábado saímos bem cedo pela manha para irmos a Genebra no salão do automóvel, muito bonita a estrada e as montanhas cobertas de gelo. O tempo esperado de viagem era de umas 03:00hs, +ou- 300km. Passamos pelo túnel abaixo do Monte Bianco, com aproximadamente 13km de extensão e entramos na Franca, agora vem à história.
Eu já estava a um certo tempo com vontade de ir ao banheiro e disse ao cara que estava dirigindo para parar no próximo posto, aqui tem poucos ao longo da estrada. Vimos o posto, só que na hora de entrar ele esqueceu e passamos direto. Fiquei puto e com mais vontade ainda, mas, tudo bem a paisagem distraia e pararíamos no próximo, a 30km. A sede aumentava e a vontade de ir ao banheiro também, já na Franca pegamos um engarrafamento no 1o pedágio, mas tudo bem, eu estava no controle, meditando e tentando pensar em outra coisa que na fosse gelo derretendo, rios ou coisa parecida. A pessoa que estava dirigindo, conhecido da Fiat, insistia que eu arredasse o banco pra trás, ajoelhasse e fizesse o No 1 em uma das garrafas d’água (te parece). Tenho um histórico traumático deste feito:
- Era moleque, entre 10 e 13 anos e estava com minha família viajando para casa da minha avó em Sp, como fazíamos todos os anos. Me deu uma vontade imensa de ir ao banheiro, mas, não queria pedir que meu pai parece, então pedi que minha irmã olhasse para o outro lado e fiz ali mesmo, na latinha de Coca-cola. Pedi a meu pai pra jogar a lata fora. Ele pegou a latinha, mas, antes de jogá-la fora a sacudiu, imaginem o que aconteceu! Ele percebeu que havia um restinho de liquido e sem pensar duas vezes virou a lata inteira sem eu pudesse fazer qualquer coisa, conseqüência, cuspiu imediatamente aquele liquido quentinho e fresquinho e me xingou a viagem inteira, enquanto eu e minha irmã riamos sempre que lembrávamos daquela cena, achei que fosse apanhar feio, mas, foi muito engraçado.
Depois desta historia traumática é claro que eu não ia fazer nada em garrafa alguma. Suportei o primeiro pedágio, suando frio e já começando a contorcer as pernas. Andamos mais alguns quilômetros, mas, ainda estava longe, eu ainda estava no controle e dominava a minha vontade que subitamente virou desespero quando vi o segundo engarrafamento no segundo pedágio. Fudeu - foi a primeira coisa que veio a cabeça. A segunda era a voz do cara dizendo:
- Agora vai ter que ser na garrafa. Seguido de uma risadinha maligna.
Foi quando após 10min parados eu olhei para o outro lado da estrada e avistei uma miragem. Perdi todos os meus sentidos hipnotizados por aquele bonequinho inconfundível na porta. Nunca fiquei tão feliz em vê_lo. Meus olhos mandavam subitamente uma única mensagem as minhas pernas: VAI. Pois é, eu fui e quase fui mesmo. Estávamos na segunda fila, ou seja, tinha mais uma a minha esquerda antes de começar a atravessar o outro lado, mas, eu não conseguia sentir, pensar ou ver nada, apenas o banheiro do outro lado. Abri a porta e contornei o carro num piscar de olhos, foi durante este piscar que eu vi a propaganda da Pirelli diante dos meus olhos, “Potencia não é nada sem controle”. Não faço a menor idéia de onde surgiu aquela mini-van ridícula, só sei que dei uma brecada, mantive o corpo para trás como um susto enorme e virei o rosto. Nunca vi um carro em movimento tão de perto em toda minha vida, se o meu nariz fosse 1mm maior eu ficava sem ele. Parei por isso? Nada, não disse que estava sem sentido algum! Continuei a correr, olhei para o outro lado, não vinha carro e continuei correndo: “Run Forrest, Run...”, tipo assim. Entrei no banheiro e aliviei o meu desespero e meus sentidos foram retornando lentamente. Fiquei uns 5min no banheiro, me acalmando e agradecendo a Deus por estar ali e fazendo aquilo. Sai do banheiro taxiando a procura do meu céu, quando o avistei comecei a caminhar para levantar vôo, mas, fui interrompido por um grito que vinha da minha esquerda, era a policia francesa. Não acreditava no que estava acontecendo, estava na França a 15min e já tinha feito merda, Griswould in France.
Eram 02 policias, um homem que começou falando e uma mulher. Claro que não entendia uma palavra do que ele dizia (Graças a Deus). Eu, com aquela cara de cachorro abandonado, sem entender o que acontecia disse em italiano: “Me desculpe mas não falo francês”. O policial fez uma cara de mau e ficou vermelho igual um diabinho. Fudeu de novo – pensei. Foi quando a voz feminina salvadora me perguntou se falava espanhol. Eu respondi que falava, italiano, inglês, português, mas, menos francês (Mane poliglota, hehehe). Ela me disse que eu não poderia atravessar a estrada daquele jeito porque era muito perigoso, enquanto o cara já roxo espremia meu pescoço com seus olhos. A cara de cachorro abandonado se transformou aos olhos daquela figura feminina, materna e salvadora em um bambino que tinha aprendido sua lição. Enquanto era acalmado pela generosa mulher o polical, agora vermelho, olhava fixamente pra mim, apontando pra sua cabeça como quem quer dizer louco, burro ou coisa parecida e disse a única palavra em italiano que eu acho ele sabia, que significava em baixo, tinha uma passagem para pedestre por debaixo do pedágio. Dah, mas como eu, brasileiro, distraído e desesperado iria saber que tinha passagem por baixo. Falei exatamente esta frase com os braços e as mãos: “Ta bom, mas, não se irrite...”. Sai correndo antes que ele pudesse fazer alguma coisa. Passei pela passagem de baixo e encontrei com o povo, em frente ao banheiro do lado que estávamos inicialmente. Fui motivo de chacota a viagem inteira. Nunca mais volto na França, apesar do sobrenome tenho um azar imenso com este pais.

Thursday, March 08, 2007

Novitta del viaggio (08/03/07)

E ai meu povo e minha pova, adorei ler os scraps, fiquei feliz demais. Claro q nao vou contar td pq senao ninguem vai querer conversar comigo qd eu voltar, entao, algumas historias vou guardar pra contar na fetinha de despedida tah. Ja ia me esquecendo, qq erro de portugues posso usar a desculpa que é pelo italiano, hehehehehe.


Vamo começar do inicio, estou escrevendo pra vcs do saguao do hotel, na sala de espera com algumas caras olhando pra mim, ta limpo, eles nao entendem portugues msm. O hotel quase todo possui internet a cabo, adivenhem qual é um dos poucos quartos que nao tem, pois é, o meu, mas no sabado vou mudar pra um que tem, ai fica mais facil conversar com vcs.
Como um bom Felipe que sou quase perco o vou pra Paris no RJ, eles estavam fazendo a chamada para o voo, mas, nao falavam o No. Eu estava do lado da entrada de embarque, TRANQUILIZ, vendo aquele tanto de gente passar e viajando na cara de alienigina do povo, tava igual andar no centro da cidade, alias, mais engraçado pq no aeroporto ninguem fala a msm lingua, mò legal, MIB. Continuando, jà nao tinha mais ninguem na fila e eu resolvi dar uma volta, foi qd resolvi olhar para o monitor e ver a situaçao do meu voo, bateu o disispero, a msg era: "EMBARQUE IMEDIATO". Putz, perdi o voo, pensei, nem sai do Brasil e jà fiz cagada. Sai correndo igual um mané e com uma mochilinha de 10kg nas costas, se nao fosse meu personal e seus alongamentos uma hora dessa eu ainda tava torto. Final das contas, cheguei no aviao a tempo e ainda tive q esperar quase uma hora outros manés igual eu, mas, a parte boa é que sentei ao lado de uma francesa simpatica, até bunitinha e ficamos conversando em ingles (preciso melhorar inclusive), agora vem a segunda parte.
To de conversa com a francesa e ela me pergunta q paises vou visitar nos fds, eu falei um monte, tds aqueles q cada um de vcs me falaram pra visitar, mas, nenhum disse PARIS. Claro q ela me perguntou se eu nao iria visitar sua cidade, resposta do jacu do Felipe: "NAO", pq nao tava na lista. Qd a ficha caiu jah era tarde, a cagada tava feita e se mexer fedia (tem hora q da vontade de me bater. Aguardem cenas do proximo capitulo: como ficar perdido em Torino, conversar em ingles com uns carinhas da Polonia e italiano com o resto do povo, mò comedia, como encher o quarto de fumaça e quase acionar o sensor de incendio e etc. To me sentindo igual a familia GRISWOLD, lembram?
Estou num hotel legalzinho, na verdade é um apart hotel, tem uma cozinha simples, mas, legalzinho, quebrou um galho nos primeiros dias. Hoje vai ser o 1o dia q vou sair pra jantar, vamo ver. Quando ta quente igual hj q fez um solzinho faz 12c, normalmente é 10c, 9c, 8c, por ai. A Fiat fica perto do hotel, tipo uns 15min de carro. Meu carro é um Fiat Punto novinho, bem bacana e o transito é +ou- igual por ai, sòo q aki eles buzinam menos e respeitam os pedestres. E pra finalizar dps passo pra vcs o No do cel q estou usando aki, lembrem q sao 04:00hs de diferença tah. Bichao, vo descobrir o Metal italiano e vo te aplicar.
No mais é isso ai galera, quero saber noticias suas tb, me mandem por email ou qq outra coisa, contiuem me visitando e avisem outras pessoas q estou por aki. Un baccio in tutti, io vado vado via ma già ritorno. Grazie a tutti

Tuesday, February 13, 2007

Demônios com asas de anjo viciados na cura

 "Demônios com asas de anjos", "A cura" e "O vício" by Cristiano Vieira, blog: Palavras de um novo horizonte. Gostei tanto dos txts que decidi comentá_los de uma só vez, parabéns Bichão.



DEMÔNIOS COM ASAS DE ANJO VICIADOS NA CURA
(Felipe F.)


              Não sou direto como os textos que pretendo comentar ou a maioria das pessoas que conheci e conheço. Gosto de ser uma poesia que caminha pelos teus sonhos e pensamentos e te faz pensar, tentar entender, ou simplesmente ver. Talvez, seja por isso que poucas pessoas realmente me conhecem de verdade e estão com estas as minhas verdadeiras amizades.
              Aprendi, quando moleque, que não devemos fazer uma boa ação esperando algo em troca. Hoje este pequeno ensinamento se tornou uma das minhas filosofias de vida:
             Anjos e demônios disputam diariamente uma personalidade que refletem transparentes como um frasco de biscoito. Teu sorriso é fruto deste conflito que cria asas e voa além dos ceús, desenha coelhos em noite de lua cheia. Enchem de lágrimas nuvens secas que aparentemente desamparadas choram tempestades de músicas, enquanto no sofá alguém dorme pensando em você.
             “... Estou aqui para te confundir. Interrogações borbulhando nas suas costas...”.
             Acredito no poder das palavras. Elas são os melhores abraços quando a saudade se expressa mais forte. Da lágrima que escorre ao sorriso que surge a menor distância é a palavra. Palavra que ameniza a perda, cura o vício, conquista qualquer amor. Palavra que reaviva qualquer amizade, conquista novos amigos. Palavras de um novo ponto de vista. Palavras de um novo horizonte. “... Pra subir ao seu ouvido e sussurrar seus pesadelos mais lindos! Ou sonhos mais sujos!...”
             O maior coração do mundo pertence a uma pessoa que conheço muito bem. Assim como todos nós ela também possui vários vícios, mas, um deles me chamou a atenção a alguns anos atrás. Aquele comportamento era uma tanto quanto incomum, por isso, precisei de um tempo para entender. “... O vício raramente é uma dádiva. Apesar disso muitas pessoas se gabam de ser viciadas em coisas, teoricamente, boas...”. As lágrimas, testemunhas das minhas palavras, compartilham este momento em dizer que este coração gigante tem o vício de ajudar as pessoas. Pode parecer estranho ou normal, variando da forma como é interpretado. Ajudar, é uma atitude que “Todos” nós temos embora não sejamos tão praticantes quanto gostaríamos, por diversos motivos, mas, imagine isso como um vício. Imagine...
... A ponto de ter tantas coisas a fazer todos os dias que nenhuma delas, ou nenhum de seus vícios, tome tanto tempo...”.
            Um passado que se difere do presente apenas por números. Um desquilibrio compartilhado por pessoas que consideram o céu um teto baixo, a oportunidade mais do que uma opção. Fernando Pessoa escreveu: “... Algumas teorias, que o autor presentemente tem, foram_lhe inspiradas por uma ou outra destas personalidades que, um momento, uma hora, uns tempos, passaram consubstacialmente pela sua própria personalidade, se é que ela existe...
            Meu caro autor, escritor e amigo. Os demônios ou anjos sempre serão uma dualidade que terão asas para que você tenha oportunidades e opções para encontrar a melhor cura para o vício perfeito.
“ Tudo na vida passa, somos o que deixamos ficar.” Felipe F.


Wednesday, January 17, 2007

No silêncio da noite

 No silêncio da noite
(Felipe F.)



No silêncio da noite,
As brincadeiras e os sorrisos repousam,
Lentamente sinto você se aproximar.
De olhos vendados sua mão acaricia meu corpo.

Seu cheiro me abraça forte.
Enjaulado meu coração se debate e rebela.
Revela a mais bela flor do campo, que dança
Ao som da brisa das minhas fantasias.

Adormeço o conflito das almas.
Agora calmas desvendam meus olhos.
Secos, sentam em sombras surreais
Sentidos... Sementes... Sussurros sacanas.

Luz da lua que luta,
Nua, clara, carne crua.
Se entende, quente, se mentes acharás...
A mais bela, fera, seja você e não ela.

Rara beleza que um dia foi tristeza.
Um barco a deriva esquece, anoitesse
A saudade então nina, rima.
O verso dorme e a poesia termina.


Wednesday, January 03, 2007

Além de ser

 Estas palavras ficaram imortalizadas em tinta e olhares e os responsáveis por elas em minha vida. Aos meus novos amigos, 2006 nunca será esquecido, (Nem o reveillon).


ALÉM DE SER
(Felipe F.)


Única como só nós podemos ser,
Estas palavras vestem meus espelhos,
Seus olhos atraídos me vêem em verso.
Versos sem aparência, imagens sem rótulo.

Por mim passa você,
Abraço, mão...Beijo, paixão...
Na altura que o traço alcança.
A tinta que escorre mancha.

Batidas marcantes se propagam no ar.
Movimentos em momentos contagiantes,
Máscaras e gestos fotografados, tatuam.
Textos e filosofias, além dos olhos, amam...

Seus traços filtram olhares,
Compassos de um artista em busca da fama,
Onde os amores de verão não veem em vão.
Deixando seus olhos falarem por seu coração.

Assim somos como podemos ser.
Imagine agora o que você pode ter.
Completando uma poesia de vida.
Além do verso, além do ser.