Saturday, December 23, 2006

O JANTAR

Comem antes que esfrie...


O Jantar
(Felipe F.)


            O vinho na mesa deixava uma sombra de desejo sobre os pratos vazios e ansiosos a espera do som da campainha. As velas, faziam do ambiente espelhos daqueles sonhos que eram responsáveis pelo sorriso de manhã. Um sorriso que por trás trazia uma vontade incontrolável de trazê-lo para a realidade, como uma árvore que nasce sem motivo e cresce imponente movida pela auto estima que vem dos céus e se levanta sem se importar com o vento que sopra em direção contrária.
            Aquela árvore que crescia, dominava seus instintos, cegando suas atitudes que não mais preocupavam com os ventos que sopravam palavras e olhares contrários. O céu dos teus olhos alimentava sua coragem eliminando seus medos que abraçados as frustrações desapareciam como chuva de verão. O céu era o limite, dos sonhos, das preces e quem sabe do destino, que surgia como chuvas em um céu sem nuvens acordando galhos murchos e pintando folhas secas.
             A lua curiosa espiava pela janela aberta, buscando novidades para contar para as estrelas que lotavam todos os seus lugares.
             O cheiro que vinha da cozinha se misturava aos ares de incenso que preenchiam a casa com cheiro de amor, as paredes de paixão queriam ser tocadas novamente, as marcas invisíveis tentaram inutilmente ser limpas com as lágrimas de boa vontade. O tempo era contra as chamas que queimavam incansavelmente aquelas velas, aquecendo um coração agora aberto, deixando corado o rosto cansado que se olhava no espelho e não mais buscava a imagem perfeita.
             A campainha em silêncio alimentava o jantar que era servido, a entrada era composta de pensamentos otimistas e idéias motivadoras que eram elogiados com sorrisos educados. As palavras secas eram regadas com a água dos amantes, cor de amores, anunciando o prato principal. As lembranças foram servidas ainda quentes, a degustação foi imediata, antes que esfriasse, porém, o olhos hipnotizados pela decoração desaceleravam os movimentos retardando o momento, aproveitando cada garfada, saboreando cada detalhe daquele alimento. Os garçons que visitavam nossa mesa tentavam apagar nossas velas e esfriavam nosso jantar que agora já frio era temperado com o sal que saia dos olhos. Surgiam então os abraços invisíveis, acompanhados de pensamentos confortantes e várias opções de escolha, era a sobremesa que estava sendo servida. A bandeja sobre a mesa refletia o reflexo dos olhos vermelhos que duvidosos tentavam fazer a sua escolha. A sobremesa se derretia enquanto o gosto do prato principal ainda permanecia naquela boca sem palavras.
               O jantar foi interrompido por um som famliar, o sorriso tomou a frente e o desejo foi descobrir o que era. A campainha se manteve em silêncio e deixou a dúvida paralisada. Os olhos frustados então disseram: ainda é o despertador.

 

Thursday, December 14, 2006

Você

Me deixe passar e passarei...


Você
 (Felipe F.)

No meu caminho sigo com meus verbos.
Na inutilidade das palavras,
dito meus versos em teus lábios.
Escrevo minhas poesias em teu corpo.

Em atos desconhecidos, pensamentos são válidos.
Experiência e paciência ditam o ritmo.
Ter a surdez de uma voz errada.
Deixar a lágrima escorrer por todo rosto.

Caminhaste por minhas poesias.
Deixando pontuação onde faltava palavras.
Onde amar seria um risco, viver um sonho.
Posso sozinho, mas quero você.

Tuesday, December 12, 2006

Luz dos teus olhos

 Para você que não me visita, não me lê. Apenas me ouve.


LUZ DOS TEUS OLHOS
(Felipe F.)


Sei que não pode me ver
Palavras que em silêncio tocam,
A ponta dos seus dedos
O interior de seus ouvidos.

Mona Lisa desejada (e quase casada).
Na profundidade dos olhares
a lua brilha em teu corpo.
Enquanto a luz movimenta sua dança.

Um espetáculo que emociona meus olhos
desacreditados de milagres.
Em graça teu corpo gira e se afasta
Iluminando...inspirando...

Meus olhos desejam ser como os seus.
Comer ameixas secas como suculentas carnes
Beijar além da boca
Amar além do coração.

A luz dos teus olhos ilumina meu caminho
O brilho do seu coração guia meus passos
Desejo ver como você, enxergar sem querer.
E ser além de ter, ver além do ser.


Tuesday, December 05, 2006

Minha Princesinha

Escrevi pra você, filha, quando um dia apareceu em meus sonhos.



MINHA PRINCESINHA
(Felipe F. - 05/03/02)




Andava distraído e não vi que me olhava
avatse ila euq iv e odal ortuo o arap iehlO
Era tão sincera a tristeza,
Nem apenas meus braços confortava.

Teu choro em orquestra cantava.
Com carinhos no coração, acalmava.
No colo, já sonolenta, carregava.
Aquela última lágrima assim secava.

Quem será você? Já me perguntava.
Um sorriso nos olhos, já explicava.
A inocência das palavras não deixava.
Um coro calado então escutava.

Uma rima que sempre rimava.
Nunca se repetia, ela falava.
Nos sonhos, os anjos sonham sem rima, sussurava.
Um beijo na testa, boa noite princesinha.


Thursday, November 30, 2006

FELIPE F.

 Te vejo passar como uma brisa do mar,
Não consigo parar de te olhar.
Espero que o vento um dia mude sua direção... (Felipe F.)


FELIPE F.
(Felipe F.)

              Eu acho que tudo começou assim.
              As palavras repetidas já não mais faziam sentido. O lápis gasto deixava a marca dos traços do passado, a borracha era apenas mais um enfeite sobre a mesa. As músicas cantavam suas letras em um discreto armário esquecido no fundo da casa. Seus passos perdidos eram ouvidos pela imaginação que inutilmente acreditava que o sonho poderia ser a comunicação mais eficiente.
              A chuva caia lá fora, as gotas escorriam em meu rosto como suas mãos pela janela. Um despertar de domingo me fez abraçar minha preguiça e voltar a sonhar. Ainda acho que estou sonhando quando vejo um sorriso desconhecido apontar em minha direção sem razão ou explicação.
               A busca pela felicidade insessante atravessa “espelhos apagados” e jogam as certezas onda estão as sombras. A flor da beira do abismo nada mais é que sua ambição de conquistar o impossível.
Acordei com uma energia desconhecida,
Sorriso engraçado, cara de gente esquecida.
Dormi na poesia e acordei na prosa.

               Foi naquele dia, naquele dia o sol decidiu me olhar. Seus olhos arregalados não me deixavam na sombra, seu abraço nunca foi tão forte. Meus dias de ontem saíram de férias pra você chegar. Brilho que me trouxe lapiseiras e sacudiu meu coração em um incansavél e variável movimento incessante.
              Meus sonhos agora tinham vozes claras e desejos combinados, minhas mãos seguiam seus comandos que vagarosamente eram descritos como histórias contadas por nossos avós. Creio que minhas músicas nunca foram tão altas e o céu tão baixo.
Escrevo pra você que hoje me olha
ou pra você que me esquece e chora.
Se não te tenho, imagino,
Como prosa ou poesia ensino.
A música do desejar, amar, querer
Perdoar, sofrer e no fim sobre viver.

               Pois é isto, a arte da rima ou da frase, do sobreviver ou sobre viver, que explica minha poesia em prosa, meus sonhos em palavras, minha vida em arte. Sou o coração que escuta teus olhares e descreve em palavras as suas batidas. Minhas lágrimas escorrem enquanto tremo tentando explicar cada suspiro ou arrepio.
Não quero uma lagoa em meu mar,
Quero apenas um sonho pra sonhar
Pessoas pra admirar , amar e não ter
Enquanto sofro por assim ser

Descrevo esta maravilhosa loucura
Buscando em você, minha inspiração
Cada detalhe que nunca é perdido
Esquecido, sem rima, sem sentido

Continue me lendo,
Que estarei sempre te escrevendo
Continue me vendo,
Que estarei sempre te descrevendo



Saturday, November 25, 2006

Passageiro(s)

Enquanto tudo na vida passa...


PASSAGEIRO(S)
(Felipe F.)


          Tudo começou assim. Malas sendo preparadas as pressas pela manhã, enquanto o táxi me aguardava. Tudo parecia normal, exceto pela surpresa que encontrei quando cheguei a portaria do prédio, não havia nenhum táxi na rua. Um frio na barriga demonstrava uma preocupação que viria a se concretrizar. Já bastante atrasado o pássaro azul tentava ultrapassar o tempo.
          - O embarque já está encerrado sr.
           Claro que o vôo havia saído no horário, EU estava atrasado. Resultado? 03:30hs no aeroporto a espera do próximo vôo.
           A primeira idéia foi enfrentar todas as filas possíveis, escolhendo preferencialmente as maiores, me transformei em um guerreiro das filas. Memoráveis batalhas e no peito, a merecida medalha de bravura, as pernas cansadas agradeciam o descanso. Como um recente aposentado, necessitava de algo para me ocupar. Foi exatamente neste momento que me senti como Tom Hanks no filme “O Terminal”. Lembrei de um dos trechos em que ele colocava os carrinhos de bagagem em um compartimento que agradecia com moedas, usadas para saciar momentaneamente sua fome. Isso nunca funcionaria no Brasil, pensei.
           Enquanto Arnaldo Jabor gritava por atenção de dentro da minha pasta, meus olhos críticos observavam a rotina de um aeroporto.
           Passos rápidos e olhares atrasados contracenavam com a tranquilidade de uma leitura. Ternos e computadores se misturavam as camisetas e bronzeados de férias.
            O reencontro que a saudade trazia era esquecida enquanto as novidades eram despejadas sem qualquer tipo de pontuação. As despedidas eram deixadas em emocionados abraços que desejavam ficar com um pedaço para lembrança.
            Filosofei ainda mais ao ponto de dizer como um aeroporto simbolizava nossas vidas. Uma movimentação de pessoas que entram e saem sem pedir licença, muitas delas serão apenas passageiros de passagem. Sempre terão os funcionários que fazem parte da rotina de organização e cuidados. Alguns partem e nunca mais voltam...Outros chegam e nunca mais saem. Enquanto tudo isso acontece vou aguardando meu vôo remarcado.



 

Saturday, November 18, 2006

Apenas Palavras

 Eis aí o seu texto.


APENAS PALAVRAS
(Felipe F.)

Hoje passa,
Mais um verso comum.
Sinto seus braços me aquecerem
Envolvendo meu corpo trêmulo de saudade.

Tudo passa,
O vento carrega minhas palavras
Esperando um dia encontrá-las
Como um beijo roubado.

Um mar que sonha em ser lagoa
Brisa de carinhosas incertezas
Que deixam lágrimas se esquecerem
E serem, mais, mas...

Este é o seu pedido,
Mãos cegas dizendo palavras,
Enquanto meu olhos desejam vivê-las
Sempre que encontram os seus.


Thursday, November 09, 2006

Te conheço de algum lugar

 E as mulheres acham que ser homem é fácil.


TE CONHEÇO DE ALGUM LUGAR
(Felipe F.)


              - Te conheço de algum lugar, mas não sei de onde – não essa é péssima, preciso pensar em algo mais original. Você vem sempre aqui? – Essa é quase tão boa quanto dizer que esta roupa além de deixá-la gorda mostra que ela visitou o armário da sua avó.
              São em situações como esta que percebo como somos complexos quando o assunto é a abordagem feminina. Existe algo mais complexo do que este momento! Estamos num campo de batalha onde as nossas únicas armas são as palavras e as munições a autoestima, acompanhadas de copos motivadores e olhares objetivas onde o foco é você, mulher.
              Desprecavido de palavras o homem se torna um guerreiro desarmado e pronto para ser abatido por seu inimigo que comemora a distância seu momento de fraqueza. Um instinto animal herdado da era dos primatas que nos guia em busca da conquista da fêmea, mesmo que para isso seja necessária a utilização de métodos mais agressivos.
              O momento da abordagem é uma prova de vestibular com varias opções de múltipla escolha, onde você poderá ser eliminado com uma alternativa incorreta. As primeiras palavras devem ser bem preparadas, pois são elas que darão direção e sentido a conversa. Com uma cantada mal selecionada você verá um rosto se transformar em costas tão rápido como uma piscada. Caso você seja um felizardo de escolher uma premiada, um sorriso surgira diante dos teus olhos revelando o pote de ouro no final do arco íris.
             - Uma frase para manter o pensamento positivo e vou. O máximo que vou ter é um não – Nada criativo, já me sinto depresivo. O não você já tem – é, menos pior.
              Não sei porque nos preocupamos tanto com estes momentos. Idealizamos a cantada perfeita, as palavras perfeitas para que elas nos dêem atenção, nos escutem e compartilhem nossas idéias. Esta frase parece comum a algum leitor masculino? Não é necessário gastar muito tempo pra pensar, escutamos isso todos os dias: que não as ouvimos, não damos atenção necessária, não nos interessamos em saber da sua vida... Vocês percebem a tamanha semelhança! Quem foi o causador desta discórdia e porque ela ainda permanece. Não quero direcionar as atenções para este assunto polêmico e bastante extenso, talvez em um próximo texto. Quero dizer que temos semelhanças em nossas reclamações e ambos temos motivos justificáveis, porque então não fazemos as pazes.
             Voltando ao que interessa. O momento da abordagem é onde o homem está em seu estado mais vulnerável e muitas vezes cria um escudo protetor para que isso não transpareça, pois sensibilidade não é uma qualidade que pertence a um guerreiro dominador (segundo as leis masculinas). As mulheres querem homens que confortem as lágrimas ao invés de compartilhá-las num coral de tristeza, para isso elas tem as amigas. Queremos ser engraçados e mostrar o quanto somos divertidos, mais vale um sorriso de dúvida que uma lágrima de certeza.
             A avaliação começa de longe, seu vestibular já começou bem antes de você decidir fazê-lo, quando você se aproxima decidindo o que vai dizer, eu já sei muito bem o que vou fazer e espero apenas que você não faca nada de errado que possa estragar o nosso final. Se preocupe menos e tenha mais atitude, pois eu já estou te olhando a noite inteira e não pretendo me estender mais.
Seja o que Deus quiser.
- Oi você vem sempre aqui?
- Ai meu Deus...


Saturday, November 04, 2006

Ser útil

SER ÚTIL
(Felipe F.)



Ainda posso ser útil,
Útil?
Ainda posso ser.
Ser?
Ainda posso.
Posso?
Ainda...

Ainda, posso ser, útil
Posso ainda ser.
Ser útil ainda!
Útil, ainda posso.

Posso ser útil, ainda
Útil ainda?
Posso ser...
Ser?

Ser útil...
Ainda!
Posso?



 

Friday, October 27, 2006

Enquanto você...

Te amo, mas ainda não te encontrei.



ENQUANTO VOCÊ...
(Felipe F.)



Como quem pega fôlego pra respirar
Este é o ar que eu preciso pra te olhar
Até o mais simples momento é diferente
Como sua boca com cheiro de pasta de dente.

O som mais poético do amor
Um nascer do sol no esplendor
No céu, a nossa primeira estrela brilha,
Nas nuvens um toque da sua pele macia.

Mais que um beijo um coração
Envolventes caricias de paixão
Teu corpo ainda se repousa no meu
No meio, as duvidas adormecem.

Um beijo de boca cheia alimenta
Uma eternidade num simples instante
Enquanto você...
Eu serei...

Adormeço ao som das ondas
Iluminado por olhos curiosos dos céus
Enquanto a maré me refresca
Teu amor inunda meus sonhos.





 

Tuesday, October 17, 2006

AH MORENA

Pediu agora toma e sem Xilique hein!!!! 


 AH MORENA
 (Felipe F.)



Ah morena...
Sua vaidade modesta,
É um elogio inevitável.

Ah morena...
teus olhos verdes cor de mel
Refletem um bronzeado,
De pôr do sol no horizonte.

Ah morena...
Num outono fora de época
Um presente de verão

Ah morena...
Quem um dia te viu, pequena
Admira flor madura
Diante desta doce doçura

Ah morena...
tuas lágrimas apenas ouvi,
tuas histórias, mal conheci.
Mas chiliques chique já vi.


Monday, October 16, 2006

INESQUECIVEL

Pode ou podia ser você


INESQUECÍVEL
( Felipe F.)




Quando sua primeira lágrima escorria
Eu não entendia mas sabia o que sentia
Um beicinho que meus olhos de brilho enchia
Uma felicidade que não escondia


Sorria e tudo num beijo acabava
Suas lágrimas que meu rosto abraçava
Confortava...amava...completo estava
Nada mais então importava


Um dia nublado então apareceu,
Nenhum de nós entendeu,
Já não me olhava como me conheceu,

Vivia pensando que o problema era eu,


Mais uma crise ia se mostrando,
O fogo das palavras queimando,

Os gestos carinhosos que distanciando.

Foram filmando e dos momentos lembrando.


No final a pontuação não negou.

O amor que um dia alguém tatoou.

Um beijo que o sonho deixou.

Um coração que sua dona levou...



 

Saturday, October 07, 2006

Pensamento do dia

"...you can full some people sometime, but you can´t full all the people all the time..." Bob Marley

Thursday, October 05, 2006

Quando você fala



Eu sei quando você fala e para, se cala.
Porque me olha com essa cara?
Seja mais criativo, invente, mude,
tome uma certa atitude.

Mas não se iluda, pois a vida muda.
E tudo um dia tudo pode acabar.
Mas não faz mal,
neste mundo onde tudo é igual.

Seja original,
Sem ser desigual ou unilateral.
Uma tamanha dependência, decarência,
ou seria falta depaciência.

Na rapidez do pensamento,
eu arrisco entender o seu sentimento
Ou pelos menos tento, e agüento.
Quando você fala em casamento.

E fico te dando atenção.
Dizendo que você sempre tem razão
Mas é sempre a mesma ladainha
no final a culpa sempre é minha.

                                                                 Felipe F.



Sunday, September 24, 2006

Olhos Castanhos

 
OLHOS CASTANHOS
( Felipe F.)


           Desde o primeiro momento que a vi algo me chamou a atenção. Ainda não existe na língua portuguesa palavras que possam expressar o que eu senti quando meus olhos notaram a presença dela pela primeira vez. Tudo parecia não ter mais sentido, toda a grandeza de um homem, (menino na época), se desmoronara diante daqueles simpáticos olhos castanhos. O gelo que se formara ao longo dos anos se derretia diante daquele sol, bronzeado de sorrisos, que aquecia o interior de um coração decepcionado e frustado.
           Entre flores e conversas um beijo eu conquistei, sem saber, o que aquele beijo poderia trazer. Prazer que pra ter tem que sofrer. E como nós sofremos, como nos amamos, em alguns momentos chego a acreditar que nos entendiamos mais entre quatro paredes. As histórias de tentativas se assemelham a muitas outras, com uma certeza de ambas as partes que poderia ser diferente, mas nunca era, sempre faltava alguma coisa que até hoje não consigo entender o que era.
           Comecei a questionar o amor, não tinha dúvidas sobre o que sentia e me perguntava, então, porque vivia daquela forma. Parei, filosofei e viajei, se entendi não sei, mas procurei e olha o que eu encontrei. As pessoas despertam em nós sentimentos e comportamentos que são características nossas e se manifestam em determinada intensidade, em função das pessoas ou grupos que estão ao nosso redor. Um exemplo para facilitar: experimente sentar ao lado de quem não conversa muito, como você se comportará? E se esta pessoa for muito “conversada”? Se um grupo de pessoas REALMENTE se interessassem sobre suas idéias e filosofias, como você se sentiria? Se a sua pessoa, pura e simples, fosse o suficiente para despertar a iniciativa e o interesse em conhecê_lo(a), como você reagiria? Pois é, descobri que isso é o amor, Como? Gostamos de estar próximos de pessoas que nos fazem sentir bem, sentir que estamos aflorando as nossas melhores qualidades, caracteríticas que temos o prazer de mostrar, o amor é quando encontramos esta pessoa. Neste momento amamos até o final de nossas vidas, pois, estaremos sendo o melhor de nós.
            O motivo do paráfagro anterior foi para compreender o meu sentimento. Sei que não era amor, mas o que poderia ser então! Tão duradouro e percistente que invade meus sonhos e revira meu passado insistindo em tranformar lágrimas passadas em sorrisos. “O que sei é que nada sei”.
             Depois de tantos momentos, alguns instantes ainda mexem comigo. Toda vez que a vejo é como se fosse a primeira vez.


Wednesday, September 20, 2006

Pensamento do dia

 " Pra que levar a vida tão a sério, se a vida é uma alucinante aventura
    daqual nunca sairemos vivos." Bob Marley

Sunday, September 10, 2006

Pensamento do dia

" Os olhos atraem, mas, quem conquista é o coração." Felipe F. 

Thursday, August 31, 2006

Silencio

Essa vai em homenagem as inúmeras visitas e comentários que recebo.

  O SILÊNCIO
(Felipe F.)


                    Eu admiro o silêncio das pessoas. Durantes cada solo, existem acordes que não são percebidos enquanto estão envolvidos harmonicamente com a musica. A música fecha teus olhos e te dá as mãos. Passeiam juntos pelo bosque enquanto frutas maduras caem pelo chão, cobrindo_o de maturidade e velhice.
                    Te confundo em meus textos, não sei onde as vírgulas querem ficar. Apenas caio num beco de bico calado e olhar desviado. Parado, os goles não conseguem mais traduzir, o repouso se encarrega de me levar pra casa. A dor da manhã parece interminável, me arrependo de coisas que não me lembro.
                   Admiro o silencio das pessoas. Escuto suas melodias sem letras criativas e harmonia definida. Não vejo uma só moeda em seu bolso, não sinto alma em sua calma. Cama dos ingratos que parecem não ter fim. Escuto o eco das minhas palavras em sua cabeça enquanto penso cuidadosamente no que dizer em seguida.
                   Loucura em dar asas aos pensamentos e não saber onde vai parar, se vai parar e como vai parar, mas, quem faz parar? Uma rima que busca solução nos prazeres momentâneos e instantâneos que muitas vezes confortam um mente confusa que não sabe o que fazer. Admite ter coragem e caras tortas não surgem efeito.
                   Admiro o silencio das pessoas. Artificialmente acalmadas, aclamando por um suspiro já silenciado. Não olhe as letras enquanto procure sua frase, porque a borracha não funciona no computador. Deseje ter olhos nas costas, pois o passado chega sempre sem avisar, quando menos espera está vivendo_o novamente. Caminhe sempre olhando para o chão, porque frases de pára-choque não te pedem perdão.
                   A fumaça sobe no fim do horizonte, numa chaminé levada pelas migalhas deixadas ao longo do caminho. Contos de fadas vividos em feitos diários por palavras ambíguas e textos complexos. Surreais para os analfabetos cegos e paraplégicos, onde são guiados para um futuro escuro, buracos negros dos passos sem volta. Despedida sem adeus, um beijo sem língua, uma frase sem pontuação.
                   Admiro o silencio das pessoas. Arrepio que sobe da espinha, do lado esquerdo, direito, parte do sentimento, me faz chorar, me faz lembrar aquele belo amor, aquele momento romântico, aquele sonho distante. Meus dedos buscam incansavelmente as letras que irão substituir o que tenho a dizer, tentam dizer o que eu não posso ver, explicando o que não consigo entender.
Continuo admirando, mas até quando?

Tuesday, August 22, 2006

Ponto de Onibus

Cuidado, seus pensamentos podem estar sendo lidos enquanto espera na fila.


PONTO DE ÔNIBUS
(Felipe F)


Hoje parece que o ônibus está atrasado. Já são 06:30 da manhã e nem sinal daquela abóbora gigante, justo hoje que tenho prova e queria chegar mais cedo, dar uma estudada no que não deu tempo ontem, também quem mandou dormir depois do almoço. A culpa foi do relógio que não despertou. Ainda bem que acordei a tempo de ver a novela...A fila tá bem grande hoje, será que todo mundo resolveu ir de ônibus? Justo hoje? Vou aproveitar enquanto espero, para ler minhas anotações. Olha o ônibus lá... AI MEU DEUS CADÉ O MEU CADERNO...AI MEU DEUS A PROVA...MINHA MÃE VAI ME MATAR...VO FICAR DE CASTIGO DE NOVO...PORQUE TÁ TODO MUNDO OLHANDO PRA MIM.....MOTORISTA ME ESPERAAAA.
Menina mais louca, escandalosa, será que o stress já atinge também essa meninada? Bobagem, que motivos eles tem para se estressar! Não entregar o dever de casa, esquecer de fazer o trabalho sobre a nossa política brasileira. As informações são encontradas na internet, sem esforço, basta copiar e colar. Na minha época tínhamos que procurar em enciclopédias: milhares de livros espessos com um índice que ninguém conseguia encontrar nada, depois, fazíamos um rascunho e passávamos tudo a limpo, ô trabalhão. Cada um fazia sua parte, sua pesquisa, depois encontrávamos na casa de alguém. Durante os lanches e a bagunça o trabalho quase não rendia, um bom motivo pra que encontrássemos novamente na casa de outro, de outra, que saudades...minha sorte começou a mudar quando entrei no grupo dela, Julia, menina maravilhosa, rosto de boneca, corpo de mulher (de 15 anos, que idade!), apaixonei logo de cara. Minha timidez provocou sua iniciativa e minha conquista, não fazia a menor idéia que isso poderia ser um charme e muito menos que pudesse atrair alguém...inclusive....eu conheço....esse cheiro...mas de onde? MINHA NOSSA!!!!!É o mesmo perfume que a Julia usava, será que é ela?
Será que exagerei no perfume? Também quem mandou sair de casa correndo deveria colocar um despertador no chuveiro quando chegasse no horário programado ele cortava a água ou então colocar um chuveiro horrível daqueles que parece uma garoa que te faz sair de sombrinha mas não molha nada só estraga a chapinha pelo menos demoraria menos no chuveiro agora pareço aquelas mulheres que se entopem de perfume para esconder um mal cheiro pelo menos o meu perfume é bom de marca paguei caro para poder usar não vou ficar economizando trabalho pra isso gasto com o que eu quiser não devo nada a ninguém...calma...calma...respira fundo...relaxa...controle_se...lembre_se do que a Fabiene disse. Ainda tenho duvidas se realmente estas sessões são necessárias, vou falar com ela quando chegar. Porque este ônibus está demorando tanto hoje?
Olha o corpo daquela ali, deve passar o dia inteiro na academia enquanto o marido rico trabalha. Trabalha? E por acaso rico trabalha? Deve ficar o dia inteiro sentado na cadeira fazendo reuniões, ganhando cada vez mais dinheiro, enquanto tem um caso com a secretária gostosa. Porque todo rico tem secretária gostosa! Por acaso é algum pretexto? Eles devem comentar durante os “almoços de negócios” sobre suas secretárias e suas provas de seleção, selecionando as pessoas mais “competentes” para o cargo, é por isso que eu tô desempregada, não tenho um corpo daquele! Coitada, talvez ela tenha aquela doença que a pessoa come, come e depois vomita tudo, como é mesmo o nome? Bolemia, norezia, alguma coisa do tipo. Eu acho que ela tem um caso com o seu personal traine, um garoto sarado de 25 anos, igual ao Fábio daquela academia, que homem, que corpo...ai se ele fosse meu, pelo menos por uma noite, ia deixar marca, fazer um estrago! Aposto que ela usa pessoas como ele para fazer ciúme no marido, que nem a reconhece direito, também com essa beleza plástica talvez nem ela se reconheça. Aposto que se eu tivesse uns peito e uma bunda daquela aquele cara estaria conversando era comigo...ai que vontade de colocar um silicone...
Como se não bastasse meu carro ter estragado justo agora de manhã, tenho que aturar este sujeito que acha que me conhece e fica falando asneira. Quem, em santa consciência, fica cantando mulheres no ponto de ônibus em uma segunda de manhã, coisas que só a lei de murphy explica. Ainda bem que se tocou e foi embora, não precisei fazer nenhum esforço. A reunião com a diretoria vai precisar ser remarcada...estes telefones que nunca funcionam quando precisamos deles e a Raquel ainda não chegou. Tinha me esquecido que ela disse que chegaria mais tarde pois iria ao médico, vou usar a secretária do Cláudio, mulher competente, já deve ter chegado. A bateria acabou, ótimo, hoje não é meu dia. Vou precisar chegar em casa tarde de novo e vou ouvir novamente aquela mesma ladainha...já estou cansada. Engraçado, já faz um tempo que não passa nenhum carro. Porque será que o único carro desta rua é o da BHTrans e porque ele está encostando aqui? Coisa boa não deve ser. Devia ter lido meu horóscopo e ficado em casa.
Peço um minuto de sua atenção, em função de um acidente que acabou de acontecer o trânsito estará sendo desviado, por tempo indeterminado. O novo trajeto dos veículos que transitam por esta rua...

Tuesday, August 08, 2006

Entre portas e janelas

Porque td na vida passa por nós, somos o que deixamos ficar. (Felipe F.)


ENTRE PORTAS E JANELAS
( Felipe F.)


As janelas atualmente estão abertas enquanto durmo, o vento frio que entra me faz abraçar o cobertor com mais força. Uma música suave no fundo ajuda a relaxar e a pensar no dia que passou. O olhos se fecham rapidamente ignorando o restante da história.
A alguns anos atrás a simbologia mais adequada para o sentimento era a de uma pedra, impenetrável, duradoura, apenas o tempo podia moldá-la com a sua paciência. O quarto naquele tempo era pequeno, proporcional aos sonhos e ambições. As janelas estavam sempre fechadas, a única luz partia do teto, mas, raramente era utilizada.
Paciência e perseveransa foram qualidades ensinadas pelo tempo. A pedra foi um dia perfurada, se tranformou em flor, se transformou em galhos, se transformou...As simbologias corretas erão tão mutáveis quanto as nuvens, porém o céu passou a chamar mais a atenção. As cortinas então foram abertas dispensando as luzes artificiais, o quarto tomou dimensões maiores quando as portas foram abertas. O vento, como não tinha restrições, passava tranquilamente pela casa, abraçando e observando todos em sua rotina diária.
Os nervos não se continham com a rapidez da mudança das nunvens, o objetivo era promover sombra para aquele delicado bonsai, manter sempre úmido seu solo. As águas que molhavam aquelas terras saiam de olhos frustados e incompreendidos, frequentemente preocupados com o ambiente em que se encontravam. O céu já não era mais o limite para as possibilidades, cegos pela luz que vinha dos céus o previsto então aconteceu. Faltou coragem para fechar aquelas janelas, então o vento o fez, faltou força para empurrar a porta, então o vento o fez, faltou vento para enchugar as lágrimas que corriam, então sua mão o fez.
As atitudes são previsíveis pelos olhos detalhistas da paciência, mas, o coração ainda aperta, aquele quarto ainda existe, mas,não possui mais dono. As janelas e as portas continuam fechadas, guardando um vento que ao longo do tempo foi se transformando em poeira. O ceú ganhou mais uma estrela.
O que persiste hoje é descobrir motivos para um sorriso, doados gratuitamente por novas pessoas conhecidas, novos lugares já visitados, boas ações, atitudes e principalemente pensamentos positivos. Palavras sinceras convencem facilmente quando são bem usadas, gestos honestos são agradecidos de forma espontânea e gratificante.
Ainda durmo de janelas abertas, a altura do meu repouso favorece a velocidade do vento que muitas vezes insiste em dormir ao meu lado. A simbologia certa, agora, é transparente, a forma varia de acordo com o ângulo do olhar, talvez seja por isso que não fui visto. As lágrimas que saem do meu rosto caem como degraus em meus pés. Meu quarto já não é mais escuro, a luz continua no teto, mas não é artificial. Talvez o brilho seja forte demais e algumas janelas insistem em se fechar.
Porque td na vida passa por nós, somos o que deixamos ficar.

Friday, August 04, 2006

APENAS FACIL

Algumas coisas na vida realmente não são fáceis, porém as que são nós complicamos. Este texto foi um desabafo para estes momentos...

Apenas fácil seria acordar todos os dias pela manhã sem motivo para fazê_lo. Fácil seria caminhar incansavelmente rumo ao horizonte que nunca se aproxima. Acreditar que um beijo vale mais do que mil palavras e duraria mais do que um momento. Fácil seria olhar em teus olhos e ver tudo claramente, sem dizer nada.
Escrever seria fácil se não fossem pelas palavras, cada lágrima se derrama em versos e viram páginas passadas em nossas histórias. Fácil seria descrever um sonho como se estivesse acordado, não desejando mais do que se pode ter. Entender o que se passa ao seu redor seria fácil se não existisse um coração que insiste em dar uma espiada. Esquecer aquele beijo seria fácil se meu coração não insistisse em bater como se você estivesse na minha frente.
Seria fácil, com razão, seria fácil, sem coração, apenas fácil. Entender como todos os dias são como nós quando choramos ou sorrimos, despertando para um dia que seria melhor esperar. Seria fácil se o tempo esperasse que arrumassemos nossas imperfeições, deixando nossas decisões para quando sentirmos preparados. Facilitaria a lágrima se todo motivo fosse a tristeza, todo sorriso fosse alegria e toda verdade fosse sincera.
Seria mais fácil se teus olhos mostrassem o que meu coração insiste em dizer. Seria mais fácil se este papel fosse teu rosto e estas palavras minhas mãos. Seria mais fácil se pudesse acender a luz do teu quarto para que pudesse usar meus olhos sem precisar caminhar tão devagar e atento. Se estas linhas pudessem ser lidas quando você me olha seria fácil não ter que dizê_las.
Fácil seria parar de pensar em você se não te visse cada vez que fecho meus olhos. Te amar seria fácil se... te amar seria fácil se... te amar seria fácil se a lágrima que agora sai dos meus olhos apenas retornasse.

Wednesday, August 02, 2006

Quarto Escuro

Inicialmente este seria o nome do meu site, mas, foi impossível devido a grande quantidade de mentes criativas.
O significado?
Neste momento desliguem o monitor e apaguem todas as luzes deste lugar q vc se encontra. Se levante da cadeira e caminhe por ele.
O quarto escuro nos faz caminhar mais devagar, com as mãos a nossa volta. Um escudo de um mal invisível. Enquanto tentamos descobrir como é a forma do ambiente em que estamos, nossa imaginação dispõe das mais poderosas ferramentas para nos guiar onde os nossos olhos são inúteis. O medo é uma das consequências da nossa imaginação, que caminha tranquilamente por todas nossas lembranças e receios. Controlamos o que vemos mas não o q sentimos.
Um quarto escuro é um ambiente onde estamos livres dos rótulos da sociedade, pensamos sem razão, filosofamos com paixão, vivemos o sim e o não sem necessidade de perdão. O céu é o limite para a imaginação das mentes livres.
“Emancipate yourselves from mental slavery,
None but ourselves can free our minds.” Redemption Song (Bob Marley)

FELIPE F