Sunday, September 26, 2010

ENTRE LINHAS


Entre Linhas
(Felipe F.)

Folhas secas, molhadas, aterrizam no barro
Onde ja foi rua, agora escura, ninguem a ve.
Buracos ilhados, sem porto, alagam entradas.
Os pés flutuam e deixam marcas.

A poeira sobe ao canto das historias.
Os passos desajeitados, os corpos suados
Parceiros intimos desconhecidos se revezam
Coraçoes embriagados se refrescam nos copos.

A lua tirou as horas para dançar
Enquanto a chuva aguarda nos cantos sua vez
Novas palavras, caras e bocas se encontram
Entre linhas, lencois e boatos

Ele chegou enxugando lagrimas e abrindo sorrisos
A chuva carente foi dançar finalmente,
Pintando o horizonte de festa
Deixando o tempo a ver navios.

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