ENQUANTO ASFALTO MINHA ESTRADA

ENQUANTO ASFALTO MINHA ESTRADA

(Felipe F. - 02/02/12)

Enquanto vou asfaltando minha estrada, conheço pessoas e desvio caminhos
Enquanto asfalto minha estrada diferentes melodias me acompanham e sujo o asfalto novo de poeira dos novos passos de dança.
Enquanto asfalto minha estrada conheço comunidades, cidades, vilas, pessoas e muitas coisas. Faço novas familias, ganho muitas maes, pais e irmaos. Comemoro cada conquista, cada novo espaço e mundo conhecido, desbravado, cada nova distancia percorrida e conhecida, cada passo...cada simples passo... muitas vezes apenas a chance de poder ficar em pé é uma celebraçao. Em alguns lugares nao sou bem recebido,mas, agradeço, pois, talvez nao tenha visto a placa de desvio. Sempre choro nas despedidas, os abraços parecem inesqueciveis, sao interminaveis em minhas lembranças. O retorno ao caminho é sempre mais devagar, passos lentos e pensativos, cabeça baixa e o olhar buscando as costas gera desta impossibilidade um aperto no coraçao que a medicina chama de muitos nomes, mas, os pes nao param e o asfalto continua.
Enquanto asfalto minha estrada satisfaço minhas necessidades com o necessario acrescido de grandes boas vontades ou inumeras surpresas que calam meus pensamentos, arrepiam meu corpo e os olhos nao negam sua satisfaçao. Ilustres presenças de andarilhos sem destino atravessam minha estrada e deixam suas marcas no meu asfalto, "na esquina do mundo", "na fogueira da lua", na memoria unica de passos experientes e solitarios, nomades, hippies, ciganos, mendigos ou qualquer outro rotulo existente aos meus olhos, irmaos de passos.
Enquanto asfalto minha estrada me refresco com as maos umidas dos ceus que acareciam meu corpo suado me lembrando que nunca estou sozinho. Pela noite a luz da divina direçao ilumina meu horizonte. As vezes sento e observo o tamanho da estrada, o caminho é lindo, a paisagem inefavel, a distancia motivadora, o inicio é apenas um ponto perdido. Minha bagagem nao pesa, o que levo nao carrego, nunca saio de maos vazias nas despedidas, o escambo é moeda dos necessitados.
Enquanto continuo asfaltando minha estrada penso em voce, sera que ja cruzei o seu caminho ou voce esta na minha rota. Posso passar por perto, passos lentos, um olhar de sorriso cumprimento e adeus. Talvez precise da sua ajuda ou atençao, meus ouvidos estao sempre abertos assim como meu coraçao. Qualquer trocado de tempo de vida que nao for usar pode ser util, se nao por mim alguem ira. Aceito tambem aprendizados antigos que ja nao estejam sendo mais utilizados.
Talvez seja este meu caminho e todos minhas companias, familias, amigos e amores. Talvez todas as casas sejam meus lares. Talvez é uma incerteza tao distante quanto o final da minha estrada, por isso, asfalto minha estrada, para que as pessoas tenham outras opçoes de caminho.