Tuesday, September 20, 2011

UM RAPIDO PASSEIO

UM RAPIDO PASSEIO
(Felipe F. - 20/09/11)


        Quanto mais observo esta orquestra magnifica de pessoas mais fico admirado com o laboratorio diario diante dos meus olhos. Hoje resolvi caminhar pelas minhas antigas palavras, fui longe... Sem pretensao ou intençao parei para ouvir o som que minha orquestra passada tocava. Ela tocava, acariciava e tocava. Seus toques tinham um tom um tanto quanto tipico dos tempos onde a postura era forma e seu ritmo era a norma. 
        Continuo minha caminhada, a cabeça começa a doer e pede que as pernas encontrem um lugar para repousar. Me sentei a sombra de uma longa poesia que cantava um brisa relaxante, suas palavras romanticas exalavam um marcante cheiro de primeiro beijo. Enquanto meus sentidos se encantavam a cada segundo, meus pensamentos corriam por toda a forma analisando sua essencia, procurando encontrar alguma informaçao sobre sua origem ou no minimo especie. Ouvi a ultima nota enquanto os ventos a carregavam para outros ouvidos.
        A noite se aproximava enquanto o frio escorregava daqueles textos montanhosos. Os pes mudaram seu ritmo na esperança de encontrar um lugar para se proteger da chuva que se aproximava, o céus tiravam varias fotos daquele terreno. O chao era arenoso e sem muita vida, as arvores famintas nao tinham forças para segurar suas folhas. A chuva chegou e minha esperança que nada encontrou se molhou. O corpo molhado se uniu em um abraço de saudade enquanto os olhos assustados buscavam alguma segurança para o medo. O chao, agora liquido, subia rapidamente. Os pensamentos inundados mal se moviam, o corpo esqueceu de flutuar, restando para as maos o trabalho dos olhos. A superficie ja era algo distante, mas, seus braços foram capazes de me ver, confesso que nao senti eles se aproximando. Minha primeira imagem foram suas palavras ensolaradas e seu sorriso confortante. Quando acordei estava em teus braços pela primeira vez.
       Aquele novo quadro era diferente. Um horizonte de cores claras se unia com o céu de poucas nuvens. O dicionario desconhecia as palavras para descrever aquele momento, foi quando caminhando lentamente voce surgiu pela primeira vez aos meus olhos. Tentava inutilmente ler aquela nova poesia. Meus olhos cegos pediram ajuda as minhas maos que imediatamente começaram, letra por letra, a compor cada frase daquele extenso e magnifico texto. Sua simetria era perfeita, seus contornos harmonicos estremeciam meu corpo. Aquela seria uma poesia fascinante em ser vivida, pensei, quantas surpresas encontrava a cada rima. Cada estrofe descoberta eram novos lindos textos criados. Um novo mundo surgiu apartir daquela poesia, palavras viraram presente nas estrelas para quando ela estivesse cheia pudesse ve-las. Seu contagiante sorriso matinal era uma resposta de agradecimento. Razuramos os rascunhos, dançamos e cantamos as novas musicas, fomos autores originais, mas os fortes editores nao permitiam erros e razuras. Os voos se tornaram raros, as asas enfraqueceram, as maos mudaram de funçao e os olhos de direçao. Nao conseguimos passar os textos a limpo, passei a pouco pelo ultimo original.

Me lembro quando escrevi aquela flor,
Nasceu na pedra. Perto, aquele penhasco.
A pedra virou areia onde finalmente encontrou o mar
A flor conseguiu a rima desabrochar.

Permaneceu nas montanhas onde se faz ocasionalmente admirar
Pelas ondas que se erguem fora do mar, 
De braços abertos, desejando o que se pode desejar,
E com um interminavel beijo imortalizar
E nao mais na areia terminar.   

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